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terça-feira, 27 de julho de 2010

..:: Cardápio ::..

Buenas...


Tudo bem pessoal? O tempo deu uma virada, tá meio frio hoje... Clima ideal para ler um livro, embaixo de alguns cobertores, não acham?

Usando a deixa, vou recomendar um obra bacana, que fala de um período bastante controverso na história recente brasileira. Aproveitando que faço pesquisa sobre o tema, falarei um pouco sobre a ditadura militar. Ou melhor, darei a dica de um livro que fala sobre o papel dos jornalistas e dos censores do regime cívico-militar brasileiro.

Cães de guarda - jornalistas e censores, do AI-5 a Constituição de 1988 (Beatriz Kushnir, São Paulo. Boitempo - 2004) é um trabalho polêmico que coloca novamente à mesa o debate sobre o papel de alguns setores da sociedade civil -sobretudo os jornalistas e os grupos de mídia - no apoio ao "governo militar".



Bom, pra começar, é necessário colocar a expressão "governo militar" entre aspas pois, como Kushnir faz questão de habilmente enfatizar na obra, seria impossível ter um regime nos moldes que existiu, sem o apoio de certos segmentos da sociedade civíl. Dessa maneira, o termo correto aqui seria Ditadura Civíl-Militar.

A autora, Doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp, coloca o holofote nos jornalitas que, pretensamente, sempre definiram-se como "agentes da resitência" ao regime civíl militar. Sempre quando o assunto são os anos de arbítrio, muitos jornalistas tendem a ter uma postura de vítimas,respondendo de forma evasiva ao papel da imprensa nos anos de chumbo.

Como faz questão de enfatizar, em vários pontos do livro, Kushnir coloca um freio na generalização, alertando que nem todos os jornalistas contribuíram para o regime. Seja na forma de colaboradores do regime, ou mesmo de jornalistas de carreira que atuaram nas redações dos jornais, Kushnir esclarece que apenas alguns véiculos de imprensa atuaram no suporte ao regime, como é o caso do jornal Folha da Tarde.

Um livro que valhe a pena conhecer, principalmene áqueles que gostam de política. Uma obra interessante que nos ajuda a compreender um tipo de governo que volta e meia se estabelece no Brasil, embora a sociedade brasileira tenha um discurso de que nosso país seja "democrático por natureza". Afirmação puramente retórica, tendo em vista o histórico de regimes autoritários que a república já vivenciou.

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