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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

:.:Café Expresso::.:

Sempre com desejo de matar


Charles Bronson é Mr.Majestyk (Desafiando o Assassino)

Charles Bronson é um velho conhecido dos brasileiros. As noites de domingo não eram as mesmas sem ver esse senhor perseguindo e matando bandidos há um certo tempo.Nostálgico, não é?

Bronson era um mero coadjuvante até o final dos anos 60 ,quando foi convidado para filmar na Europa ,estrelando Era Uma Vez No Oeste (C'era una volta il West, 1968, Itália/EUA) do genial Sergio Leone e O Passageiro Da Chuva (Le passager de la pluie, 1970, Itália/França) do aclamado René Clément. Ficando um pouco mais conhecido em sua pátria ,os Estados Unidos, Bronson fez uma parceria de sucesso com o diretor inglês Michael Winner ,fazendo em seqüência Apache ( Chato’s Land, 1972 ,EUA) , o muitas vezes copiado e fabuloso Assassino A Preço Fixo ( The Mechanic,1972,EUA) e o grande sucesso da carreira de Bronson, Desejo De Matar ( Death Wish, 1974,EUA) um clássico do cinema policial.Em um dos intervalos de filmagem Charles Bronson fez Desafiando o Assassino (Mr.Majestyk ,1974,EUA), um filme memorável para o público brasileiro e um Cult absoluto.
Cartaz de Desafiando o  Assassino

Em Desafiando o Assassino, Charles Bronson é Vince Majestyk, veterano do Vietnã e dono de uma plantação de melancia. Ele tem sua paz afetada quando um baderneiro local o obriga a contratar bêbados para trabalhar em sua colheita. Após uma briga Vince é preso e colocado na mesma cela que Frank Renda ( Al Lettieri ) ,um matador de aluguel que está a espera de seu julgamento.A partir daí sua vida vai se transformar em um inferno.

Com roteiro do hoje consagrado Elmore Leonard, direção de Richard Fleischer (diretor de Conan, O Destruidor e Guerreiros de Fogo) e produção de Walter Mirisch (produtor dos premiados com o Oscar, No Calor Da Noite e Amor, Sublime Amor), Desafiando o Assassino contem os clichês de filmes de ação, más possui um ar nostálgico e doses cavalares de suspense. Possui também como antagonista o grande Al Lettieri (foto),morto precocemente e um dos grandes vilões da história do cinema.Possui uma cena memorável da destruição da colheita de melancias e influenciou o estilo de direção de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.Uma curiosidade é que o filme era exibido nos Estados Unidos junto com 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (The Man With The Golden Gun ,1974,ING),pois este não estava arrecadando o esperado pelo o estúdio MGM.

Está com saudades do velho Charlie matando a sangue frio seus inimigos, assista Desafiando o Assassino.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

.:.: Jukebox:.:.

O místico das seis cordas


Capa oficial de "Electric Ladyland"


James Marshall Hendrix ou apenas Jimi Hendrix dispensa apresentações, o maior guitarrista de todos os tempos, muito a frente do seu tempo. Tanto que na época em que tocava com Little Richard foi despedido por estar roubando o show do astro.

O músico Chas Chandler (baixista do The Animals), quando ouviu a guitarra desse homem, pirou e descobriu ali o maior músico da história das seis cordas. Levou-o à Inglaterra, onde músicos, já com certa fama como Eric Clapton (na época no Cream), ficaram impressionados com a técnica e carisma de Hendrix. Lá, ele forma o conjunto “The Jimi Hendrix Experience” com Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria. Grava em 1967 o primeiro álbum, o grande “Are You Experienced” com hits como “Hey Joe”, ”Purple Haze”, ”Fire”, etc. Em seguida vem a pedrada de “Axis: Bold As Love” com sua “Spanish Castle Magic” e outras canções maravilhosas. Mas nada seria como Electric Ladyland,gravado em 1968,é o disco que mais se aproxima à divindade da música, realmente coisa de outro mundo. A ligação das músicas do álbum com algo espiritual é muito forte, nem Mozart conseguiu tal feito . Electric Ladyland com certeza sempre vai estar na lista dos melhores discos de todos os tempos.


Capa censurada de "Electric Ladyland"


01... And The Gods Made Love (Hendrix): Uma introdução mística e instrumental, mostrando a experiência que vamos sentir.

02. Have You Ever Been (To Electric Ladyland) (Hendrix): Você já esteve na terra das damas elétricas? Hendrix vai contar para você como é esse lugar, com uma instrumentação e mixagem mágica.

03.Crosstown Traffic (Hendrix): Pesada na medida certa, rápida, com uma letra maliciosa e uma das melhores coisas que Hendrix gravou, simples assim.

04.Voodoo Chile (Hendrix): 15 minutos de blues improvisado ,levando o ouvinte da nossa realidade para outro nível, nunca feito antes pelo homem.

05. Little Miss Strange (Redding): Música do baixista Noel Redding, que toca o violão da introdução, com Jimi de coadjuvante, mais elevando essa faixa que poderia ser esquecível a um dos melhores momentos do álbum.

06. Long Hot Summer Night (Hendrix): Sensual, acho que isso basta.

07. Come On (Let The Good Times Roll) (King): Forte hard rock (na época chamado de Blues Elétrico) lembra um pouco What’d I Say de Ray Charles, só que mais quente.

08. Gypsy Eyes(Hendrix): Outra viagem, com um Jimi maravilhoso, tanto na voz quanto na guitarra, que não para um minuto.

09. Burning Of The Midnight Lamp (Hendrix): Um gospel ,que poderia ser o hino da igreja de Hendrix,com um arranjo diferente do normal, uma alquimia de Eddie Kramer (o engenheiro de som do disco) e Jimi, engrandecida com os backing vocals das Sweet Inspirations (que nos anos 70 acompanharam Elvis).

10. Rainy Day, Dream Away (Hendrix): Com clima de improvisação, vemos um Hendrix à vontade, um arranjo com algo jazzístico, um clima que te leva realmente para um dia chuvoso, com um órgão marcante e os arranjos de metais irresistíveis.

11.1983...(A Mermain I Should Turn To Be) (Hendrix): Uma viagem sóbria de LSD, fantástica e muito forte, repare na guitarra, realmente é a aproximação com algo divino.

12. Moon ,Turn The Tides ...Gently Gently Away (Hendrix): Um pouco indiana, um pouco tema de Bonanza (seriado dos anos 60) mostrando todo o entrosamento do “Experience” e a qualidade e competência dos seus músicos

13. Still Raining, Still Dreaming (Hendrix): Continuação direta de Raining Day, Dream Away, gravadas em seqüência, mas com uma atmosfera totalmente diferente da primeira, mais psicodélica.

14. House Burning Down (Hendrix): Outra da sessão de gravação de Raining Day, Dream Away, mostrando a unidade entre as músicas de Hendrix.

15. All Along The Watchtower(Dylan): Se você perguntasse para Hendrix qual era seu maior herói, talvez ele respondesse Bob Dylan. Aqui ele faz um cover que, com certeza, é mais popular e bem melhor que a versão original e também a versão definitiva desse clássico.

16. Voodoo Child (Slight Return)(Hendrix): Para finalizar essa viagem à terra das damas elétricas, Hendrix abusa de sua guitarra e faz a despedida perfeita. Um clássico de todos os tempos.

Hendrix, além de inovar e ser o grande músico que nos deixou verdadeiros tesouros mostra-se atual mesmo 41 anos depois de gravado e 40 da sua morte. Insuperável, daqui 200 anos vai ser referência musical como Bach, Beethoven e outros grandes. Vida longa a Jimi Hendrix, morto fisicamente, mas vivo em nossas almas.

sábado, 21 de agosto de 2010

..:: Café Expresso::..

Bond, James Bond : Parte II



                                           Roger Moore nos tempos de  James Bond


Sean Connery era o sarcástico, Roger Moore o bem humorado. O inglês Roger Moore nasceu em 1927 na Inglaterra e antes de ser ator, foi cartunista e modelo. Seu primeiro papel de destaque foi na série dos anos 50, ”Maverick” (com James Garner no papel titulo). Em 1962 foi convidado para o papel de James Bond, não aceitou por causa do contrato para fazer Simon Templar, o personagem principal da série de sucesso “O Santo” (que anos mais tarde teria sua versão para o cinema com Val Kilmer no papel de Simon Templar). Após onze anos de espera, Moore teve a difícil missão de substituir Sean Connery, que havia voltado para a série após uma oferta financeira irrecusável e por conta do fracasso de George Lazenby no papel de 007. Por mais de uma vez, os produtores pediram para Moore emagrecer e cortar o cabelo e ele fez isso. Estreou em 1973 em “Com 007 Viva E Deixe Morrer” (Live And Let Die ,ING), mostrando a sua competência e concretizando que Connery não deixou saudades. Após o primeiro filme, estrelou mais seis na pele de James Bond. O último é 007 Na Mira Dos Assassinos (A View To A Kill ,1985 ,ING/EUA).


James Bond e uma conquista em 007 Na Mira Dos Assassinos

Em 007 Na Mira Dos Assassinos, Roger Moore não tem mais o preparo físico de outrora e nem tanto apetite sexual, pois estamos em tempos de AIDS. Apesar de uma plástica mal feita em seu rosto, não deixa de ser charmoso e prova por que é aclamado até hoje, por muita gente, como o grande James Bond de todos os tempos.

No filme, 007 (Roger Moore) está na Sibéria e descobre no corpo do agente assassinado 003 um microcircuito. Após uma fuga surfando na neve, com direito a "California Girls" dos Beach Boys, James Bond descobre que o chip é uma tecnologia inglesa imune a explosões nucleares, ou seja, indestrutível. O grande suspeito de passar essa tecnologia aos russos é o industrial alemão Max Zorin (feito brilhantemente por Christopher Walken, em papel que seria de David Bowie). Mas Bond vê que além de Zorin ter passado a tecnologia para o inimigo, ele é uma experiência genética de um cientista nazista capturado pelos russos e tem como plano, simular um terremoto em São Francisco, inundando o Vale Do Silício (o grande cartel da informática no planeta) e se transformando no único produtor de microchips no mundo. 007 tentará impedir, mas para isso terá que passar por May Day (a cantora jamaicana Grace Jones,em papel andrógeno e sensual) fiel escudeira de Zorin e receberá ajuda de Stacey Sutton (Tanya Roberts uma das panteras do seriado televisivo) filha de um empresário traído por Max.


Com ar de filme Hitchcockiano, 007 Na Mira dos Assassinos, tem perseguições antológicas na Torre Eiffel e na Golden Gate (famosa ponte de São Francisco), conta também com dois vilões de peso que roubam o filme, Christopher Walken (foto), premiado com o Oscar de Ator Coadjuvante por “O Franco-Atirador” (The Deer Hunter, EUA, 1978) e Grace Jones (foto), figura conhecida nos tempos das discotecas. Possui uma canção-tema que marcou época “A View To A Kill” composta por John Barry (autor da trilha sonora) e pelo grupo Duran Duran, a primeira música de um filme de James Bond a estar no topo das paradas de sucesso. Dirigido pelo entusiasta da ação John Glen, com roteiro de Richard Maibaum e Michael G. Wilson (produtor-executivo), o filme marca o fim da era de ouro de James Bond, pois além da despedida de Roger Moore do papel, temos também o adeus de Lois Maxwell à eterna Miss Moneypenny, a secretária do MI6, apaixonada por Bond. Na época, o futuro da série era incerto, nos créditos nem chega a ser anunciado qual seria a próxima produção de 007 (algo que acontecia desde "O Satânico Dr.No" ,o primeiro filme do personagem), mas em 1987 o ator do País de Gales, Timothy Dalton, assume o papel e faz o filme "007 Marcado Para Morte" (The Living Daylights,ING), mas isso é outra história.
..:: Café Expresso::..


Bond, James Bond: Parte I


                                               Sean Connery é James Bond em "Goldfinger"

Sean Connery tem pinta de durão, cínico e com um discreto charme de brutamontes. Isso é o que as mulheres pensam dele, eleito em 1990 como o homem mais sexy do Século XX. O escocês Connery não foi a primeira escolha para ser James Bond. Não tinha a classe de Cary Grant, em quem o autor dos romances de 007, Ian Fleming, se inspirou e era a primeira escolha para interpretar Bond. Mas Sean chamou atenção do produtor Albert Broccoli por exigir suas condições para pegar o papel, mas Broccoli viu o modo de andar de Connery e tinha certeza que encontrou o homem para ser o personagem. Connery assinou contrato de seis anos com os produtores e o resultado disso foi o surgimento de duas lendas cinematográficas. A primeira, o personagem James Bond ,agente secreto sedutor, mulherengo, beberrão e extremamente competente. A outra é Sean Connery, um dos maiores mitos cinematográficos de todos os tempos e que em 1988 foi agraciado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por "Os Intocáveis" (The Untouchables, 1988, EUA) de Brian De Palma. Mas retornando a James Bond, o filme que definiu os padrões da cine série mais longa da história foi 007 Contra Goldfinger (Goldfinger ,ING,1964), que possui várias imitações e lançou para o mundo a Bondmania ,algo talvez só visto até então com os Beatles.



                       Oddjob (Harold Sakata) ,007(Sean Connery) e Goldfinger(Gert Frobe)

Em 007 Contra Goldfinger, James Bond (Sean Connery) é encarregado de observar os passos do magnata Auric Goldfinger (o ator alemão Gert Frobe) contrabandista de ouro, suspeito de negociar com a China (na época um dos inimigos do capitalismo). Bond se envolverá com a secretária de Goldfinger que será brutalmente assassinada por Oddjob (Harold Sakata, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1948 em levantamento de peso) o fiel capanga de Goldfinger. Só que Bond não suspeitava que o plano do vilão fosse invadir o Fort Knox (o maior depósito de ouro dos Estados Unidos) e com uma bomba atômica chinesa contaminar todo o ouro para torná-lo inutilizável e com um maior valor de mercado. Para isso, 007 vai contar com a ajuda de Felix Leiter (Cec Linder), Pussy Galore (Honor Blackman, da série The Avangers) uma das funcionarias de Goldfinger e do seu Aston Martin DB5, o carro símbolo do personagem, mas terá que enfrentar o cruel Oddjob e seu chapéu assassino.

O filme constrói todos os elementos usados nos próximos 48 anos de série, desde a trilha sonora (do grande maestro John Barry), música tema cantada por um grande nome da música (em 007 Contra Goldfinger, Shirley Bassey), personagens estranhos e medonhos, situações constrangedoras para o herói, diálogos afinados, mulheres sensuais, carros velozes, paisagens magníficas, edição rápida e uma ligeira dose de suspense.

007 Contra Goldfinger foi dirigido por Guy Hamilton (que depois dirigiria mais três filmes da série), com edição de Peter Hunt (futuro diretor de 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade), fotografia de Ted Moore e roteiro de Richard Maibum e Paul Dehn, baseado no romance de Ian Fleming.

Algumas curiosidades sobre o filme: Gert Frobe teve que ser dublado por conta de seu forte sotaque alemão e Harold Sakata realmente machucou Sean Connery na cena em que Bond vai apanhar champanhe em seu apartamento, e Connery teve que ficar afastado três dias das filmagens. 007 Contra Goldfinger é um marco do cinema de ação e é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos .Confira.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

..:Cardápio:..

A dica de leitura de hoje é o livro Eu não sou cachorro, não, dissertação de mestrado do baiano Paulo César de Araújo, sobre música cafona e ditadura militar.

Mas, antes de ler este livro, é preciso livrar-se de rótulos e estigmas no que diz respeito a música "brega". Termo que o autor usa sempre entre aspas, já que se trata de um modo pejorativo de se referir a essa produção musical.
Em plena ditadura militar, momento em que a MPB demonstrou engajamento político, paralelamente ao surgimento de estruturas mais experimentais na música, influenciadas pelo tropicalismo, o que não fazia referência ao contexto atual, era taxado de alienado.
No entanto, o autor quer mostrar que as dimensões da ditadura militar não eram uma realidade tão próxima de todos, como se parece.
Esses artistas da música "cafona" vinham de realidades muito distintas da maioria dos músicos que se consagraram no período. Eram desprovidos de informação, vinham de outro meio social e trabalhavam pelo pão de cada dia.
Ainda que tenham sido censurados, como é o caso de Odair José e a música "Pare de tomar a pílula", muitos desconheciam o verdadeiro certame daquele período.
Mas como frisa o autor, esse artistas "bregas" tiveram sua relevância ao representaram uma classe renegada, como as empregadas domésticas, os homossexuais, as prostitutas e os trabalhadores de um modo geral.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

..:: Jukebox ::..

Coroado pelo público


No próximo dia 16 de agosto fará 33 anos da morte de Elvis Presley. Considerado “O Rei do Rock’n’Roll”, sua gravação de “That’s All Right, Mama” nos estúdios da Sun Records em 1954 é considerado o marco zero do gênero. Segundo Sam Phillips, proprietário do estúdio, Elvis era um “branco com a voz de um negro” e essa descoberta rendeu alguns trocados para Phillips que o vendeu para a RCA Victor. O resto da história é a construção do maior mito da história do século XX, um homem que de simples caminhoneiro se tornou o líder de uma revolução comportamental e cultural como nunca havia visto.

Até agosto de 1977 vendeu 600 milhões de discos. Após sua morte é estimado que a venda de seus discos dobrou, sendo considerado o maior vendedor da indústria fonográfica, estrelou 31 filmes e 2 documentários, sua mansão em Memphis, a “Graceland” é patrimônio histórico dos Estados Unidos e também o 2º lugar mais visitado do país, perdendo somente para a Casa Branca.

Elvis teve uma carreira de altos e baixos, estrelou filmes excelentes (como "King Creole", "Jailhouse Rock”, "Wild In The Country"), outros medíocres (“Speedway”, “Double Trouble”, “Camblake), seu empresário, conhecido como Cel. Tom Parker não deixava Elvis fazer turnês fora dos EUA. Só após a morte de Parker soube-se que ele era um imigrante ilegal holandês e por isso Presley não fez shows fora da América, a não ser alguns shows no Canadá na década de 50. Em 1967 Elvis ganha um Grammy por seu disco gospel “How Great Thou Art”, o começo de seu retorno aos holofotes, mas sua consagração veio em 68 com o especial para a rede de televisão americana NBC, conhecido como “Comeback Special”, mostrando Elvis no auge da forma e em performances sexy e intimistas, tudo o que Tom Parker não desejava. Começa o retorno triunfal de Elvis Presley, coroado em 69 com o “hit” “Suspicious Minds ", 1º lugar nas paradas por várias semanas e com sua volta aos palcos em 69 , no International Hotel em Las Vegas, quebrando recordes de público e deixando lendas da cidade, como Frank Sinatra, no chinelo.

Após o retorno, Elvis gravou diversos discos sem parar e um dos destaques é “Raised On Rock”, lançado em outubro de 1973. Amado por alguns e odiado por muitos, talvez seja um dos melhores discos de Elvis na década e um modesto sucesso comercial, já que Elvis tinha acabado de fazer o primeiro show via satélite para o mundo: o “Aloha From Hawaii” e outro destaque do disco é a volta de Jerry Leiber e Mike Stoller nas letras. Para quem não sabe, Leiber & Stoller foram a principal dupla de compositores de rock nos anos 50, muito antes de Lennon & McCartney, Jagger & Richards, Plant & Page e são autores de alguns hinos do rock, como “Jailhouse Rock”, “(You’re So Square) Baby I Don’t Care”, ”Hound Dog”, etc. Só por isso já vale a pena ouvir “Raised On Rock”:

Capa de "Raised On Rock".

1. Raised on Rock (James): Elvis retoma a parceria com Mark James, autor de Suspicious Minds. A letra faz um panorama histórico do rock até o momento, citando de Chuck Berry a Beatles, um ótimo começo para um álbum.

2. Are You Sincere (Walker): Canção romântica, em que Elvis demonstra todo seu poder vocal, mostrando porque ele é absoluto.

3. Find out What’s Happening (Crutchfield): Country agitado e com guitarras precisas, mas acaba sendo um "tiro n’água".

4. I Miss You (Sumner/Sumner): Outra linda balada, terna, suave e gostosa de ouvir, com arranjo vocal de “J.D. Sumner Stamps Quartet” (grupo vocal gospel que acompanhava Elvis nas turnês) fenomenal.

5. Girl Of Mine (Mason/Reed/Reed): Uma bela e animada canção country aos moldes das gravadas anteriormente por Elvis, só que com uma letra extremamente alegre, que ou deixa os ouvintes com vergonha ou contentes por estarem escutando uma pequena “jóia’.

6. For Ol’ Times Sake (White) : Composição do grande “blues & country-man” Tony Joe White, pouco conhecido no Brasil e com certeza o ponto alto do disco, uma canção de amor maravilhosa, sobre a separação de um casal e sem dúvida uma das mais lindas já escritas.

7.If You Don’t Comeback (Leiber/Stoller): O retorno de uma antiga parceria,com uma pegada mais funk que poderia ter resultados melhores, mas é morno e não lembra nem de longe os velhos clássicos dos 50’s.

8.Just A Little Bit (Bass/Brown/Gordon/Gordon/Thorton/Washington): Um dos rock's mais vigorosos e fortes gravados por Elvis nos anos 70 ,extremamente sensual ,com um baixo marcante e uma fúria vocal de Elvis. Foi gravada por Jerry Lee Lewis também.

9.Sweet Angeline ( Arnold /Martin/Morrow): O ponto baixo do disco, gospel, lento ,esquecível ,mas com uma linda letra e arranjo vocais primorosos .

10. Three Corn Patches (Leiber/Stoller): Mais uma da dupla, que até relembra os antigos clássicos, mas não é nada marcante. Possui uma versão bem mais interessante de “takes” que deram errado, lançados anos depois.

Raised On Rock é apenas mais um álbum para a carreira de Elvis Presley, morto em agosto de 1977, vitima de uma arritmia cardíaca. Um homem simples, que se tornou “Rei” e nunca perderá sua majestade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

..:: Cardápio ::..

Buenas...


Pois é gente... Passou-se uma semana desde meu último post, e o frio continua não dando trégua. Que tal relembrar, com um bom livro, nossa infância e adolescência? Boa ideia para aqueles que, como eu, estão passando por um momento de falta de $$$... Quero dizer, falta de tempo!

Brincadeiras à parte, espero poder prestar uma justa homenagem a uma série de livros que marcou gerações nos anos 1970, 80 e 90. Hoje, senhoras e senhores, falarei sobre a coleção de publicações da Editora Ática que, para muitos, foi a primeira experiência com a literatura. Apresento-lhes a Série Vagalume.

Possuindo uma coleção respeitosa, de mais de cem livros, a série destaca-se pela leitura fácil, tendo em vista que é voltado ao público juvenil, álém de possuir uma série de exercícios, ao final de cada obra, para estimular a compreenssão e interpretação dos jovens leitores. Um marco na época, o que a fez ser largamente utilizada nas escolas de ensino fundamental é médio.

Você que tem, pelo menos, vinte e cinco anos provavelmente já conheceu algumas dessas obras. Livros clássicos, como "A ilha perdida" e "Éramos seis", de Maria José Dupré, "O mistério do cinco estrelas" e "Sozinha no mundo", de Marcos Rey, ou ainda "O escaravelho do diabo", de Lúcia Machado de Almeida, foram verdadeiros sucessos de vendas, estimulando crianças e adolescentes ao hábito da leitura.

Você aí que teve boas recordações ao relembrar sua época escolar, tire seu velho livro da série vagalume da estante, e leia para seu filho. Para os mais jovens, adquiram algum em suas livrarias preferidas, ou pelo site da Editora Ática. Certeza de uma boa leitura, que cativou pais e filhos por décadas.
..:: Prato do dia ::..

Seguindo o gancho do rock and roll, falo agora de outro concerto histórico na terra da garoa.

Puxando agora para um lado mais progressivo, temos um dos maiores power-trio de rock progressivo do mundo.

Com grandes hits e uma longa estrada, a banda Rush se apresentará no dia 8 de outubro, no estádio do Morumbi.

Isso é uma grande oportunidade para os brasileiros, pois o homem das baquetas do trio, Neil Pearl, foi considerado por anos o melhor baterista do mundo.

Sucessos como Tom Sawyer, Fly By Night e YYZ prometem esquentar a noite paulistana.

Os ingressas giram em torno de 160 e 500 reais, podendo ser comprados pelo site http://www.ticketmaster.com.br/, em postos de venda ou no estádio.

Um ótimo show que será inesquecível para seus espectadores.
..:: Prato do dia ::..

Olá!

Como vai você?

Peço desculpas pelo meu atraso de um dia no post dessa semana, pois não tive tempo de escrevê-lo ontem, por motivos pessoais.

Mas, para me redimir, farei dois posts.

Então, lá vamos nós!


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Shows de rock no Brasil costumam lotar estádios desde os anos 80, com a estréia do Rock in Rio.

Há anos, bandas dos mais diversos estilos e tipos vêm à nossa pátria. Segundo alguns artistas, o público da terra da caipirinha, futebol e carnaval é muito receptivo e empolgado.

Não diferente, no dia 6 de outubro, no estádio do Morumbi, a banda comandada por Jon Bon Jovi vem a São Paulo para uma única apresentação.

Prometendo fazer um digno show com o mais puro Hard Rock, Bon Jovi e seus companheiros tocarão clássicos como It's my life, Always, I'll be there for you e algumas das mais recentes, como Have a nice day e We weren't born to follow.

Com uma boa imagem, presença de palco fuminante e o peso e ousadia de quase 30 anos de carreira, a banda promete trazer toda a sensualidade e agressividade aos fãs brasileiros.

Os preços dos ingressos variam entre 160 e 600 reais, mudando de acordo com local de distância do palco, que podem ser comprados pelo site http://www.ticketmaster.com.br/shwArtistaDestaques.cfm?artistaID=426, nos postos de venda da Ticketmaster ou no local do concerto.

Para os apreciadores do bom e velho Hard Rock, é um show imperdível.

sábado, 31 de julho de 2010

'¨.¨ Café Expresso ¨.¨



O Clint Eastwood desconhecido


Clint Eastwood hoje é reconhecido como um dos maiores diretores de todos os tempos, nem sempre foi assim. Eastwood era apenas um coadjuvante da série de televisão “Ranwhide”, quando o diretor italiano Sergio Leone, um desconhecido, o convidou para ser a estrela de um faroeste. O filme estourou no mundo todo, Eastwood ganhou fama e Sergio Leone aclamado como gênio, dando inicio para um gênero de grande sucesso o “spaghetti-western”, mas Eastwood virou lenda nos anos 70 como o policial durão “Dirty” Harry, se tornando uma das bilheterias mais rentáveis da década e um ícone do cinema.

Em 1971 dirige seu primeiro filme “Perversa Paixão” (Play Misty For Me, EUA) e em seqüência dirige sete longas, alguns sucessos de público, nunca de crítica, que reclamava que a fotografia de seus filmes eram escuras e faltava sensibilidade.

Alguns críticos afirmam quem em “Bird” (1988, EUA) Clint alcança a perfeição, talvez um ensaio para essa mudança seja "Honkytonk Man” de 1982.

O filme ocorre durante a depressão econômica pós-crise de 1929 em uma fazenda em Oklahoma, quando Red Stovall (Clint Eastwood) um dos filhos do proprietário retorna. Red ,um "honkytonk man(músico de bordel)",está com tuberculose e foi convidado para uma audição no “Grand Ole Opry” (festival e programa de rádio que revelou Elvis Presley, Johnny Cash, etc.). Muito doente e cansado, Red relutante no início, aceita que seu sobrinho Whit (Kyle Eastwood, filho de Clint e nos dias atuais músico de certo sucesso) seja seu motorista e protegido.Para o garoto ali está a chance de amadurecer, para Red a chance de sua vida.

Com roteiro de Clancy Carlile baseado em seu próprio livro, o filme mostra o crescimento como homem do menino e a redenção de outro, tema muito constante em filmes de Clint Eastwood, que conta também com a fotografia do seu habitual parceiro Bruce Surtees.

Talvez junto com “Firefox”, "Honkytonk Man” seja um dos mais desconhecidos de Eastwood e teve uma fraca bilheteria na época. Uma viagem pelo interior dos Estados Unidos,muito pouco conhecida no Brasil, que narra a tentativa de Red em ser alguém e também, um novo rumo para o cinema de Eastwood que eternamente será o maior durão de Hollywood.



sexta-feira, 30 de julho de 2010

..:: Guardanapo ::..

Buenas...


Hoje é sexta-feiraaaaaaa... Chega de canseiraaaa... Nada de tristeza, pega uma cerv... Ops! Desculpem pessoal, é o "espírito" da sexta-feira. Como preciso escrever, vou exorcizá-lo... Por hora...

Bem, dia de quadrinhos aqui no cafe do bira. Como hoje é sexta, e muita gente não tá querendo nem saber de trabalho agora, vou falar sobre um personagem que sabe tirar de letra situações em que, vez ou outra, somos submetidos no "tranquilo" e "pacífico" ambiente profissional. Falarei um pouco sobre o Dilbert.



Criação do norte-americano Scott Adams, Dilbert pode ser considerado um personagem biográfico. Formado em economia, o cartunista dedicou alguns anos de sua carreira no mundo corporativo dos negócios. Época que, por certo, foi um grande laboratório para que ele criasse Dilbert, considerado pela revista Time uma das vinte e cinco figuras mais influentes do EUA, em 1997.

Por que Dilbert é este sucesso? Ora, porque muitos e muitos profissionais, ao redor do mundo, identificam-se com ele. Com seu humor irônico, ácido, e, como não poderia deixar de ser, extremamente inteligente, Dilbert dá "valiosas" dicas de como se relacionar com seus superiores no trabalho, invariavelmente incompetentes, surpreendentemente comuns.

Bom, você que está aí relaxando, se preparando para o final de semana, dê uma olhada nas tiras do Dilbert. Sem dúvida, você dará boas gargalhadas e chegará a conclusão de que nem tudo no seu trabalho pode ser ruim.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

..::Jukebox::..

Dando seguimento a coluna sobre os "herdeiros do tropicalismo" o nome de hoje é o de um artista bastante peculiar:

Jards Macalé.


Macalé levou a bandeira da canção popular um passo a frente na história da música brasileira, libertando-se do estigma de "baiano tropicalista" para Macalé, carioca da gema.

Bem humorado, ou melhor, engraçadíssimo, soube usar essa habilidade, o que sempre deu a ele um algo a mais... Mas não vou me demorar nas descrições, vou direto ao ponto e falar de um dos seus melhores discos: Contrastes, de 1977.

A faixa título é uma releitura da composição original de Ismael Silva, tão satírica quanto àquele que a regravou:

Existe muita tristeza na rua da alegria
Existe muita discórida na rua da harmonia
Analisando essa história,
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais fujo do circo, mais eu encontro palhaço


O disco contrastes mescla diferentes gêneros: reggae (Negra Melodia), choro (Choro do Arcanjo), valsa (Poema da Rosa), marchinha (Passarinho do Relógio), etc etc etc.

Tem ainda um blues, a faixa "Black and Blue", onde Macalé caricatura com excelência Louis Armstrong, e em "Sim ou Não", com o acompanhamento de Jackson do Pandeiro (!), traz toda a malícia do xote.

A faixa que se destaca é o samba de breque "Conto do Pintor", composição de Moreira da Silva e Miguel Gustavo, nela, Jards Macalé destaca seu senso de humor com interpretações incríveis, e recria o cenário com Sérgio Chapelin, Sérgio Dourado e o "Maioral", para não dizer qualquer nome do governo brasileiro (afinal, o Brasil vivia a ditadura militar...)

Um dos melhores discos já produzidos. Jards Macalé soube dar um toque pessoal e tropical às canções antigas, seus experimentalismos trouxeram a tona todo o desconcerto que a nova música brasileira estava descobrindo. Teve papel fundamental na liberdade de criar utilizando recursos sonoros muito variados e originais.

O disco ainda tem a faixa "Cachorro Babucho" composição de Walter Franco.

terça-feira, 27 de julho de 2010

..:: Cardápio ::..

Buenas...


Tudo bem pessoal? O tempo deu uma virada, tá meio frio hoje... Clima ideal para ler um livro, embaixo de alguns cobertores, não acham?

Usando a deixa, vou recomendar um obra bacana, que fala de um período bastante controverso na história recente brasileira. Aproveitando que faço pesquisa sobre o tema, falarei um pouco sobre a ditadura militar. Ou melhor, darei a dica de um livro que fala sobre o papel dos jornalistas e dos censores do regime cívico-militar brasileiro.

Cães de guarda - jornalistas e censores, do AI-5 a Constituição de 1988 (Beatriz Kushnir, São Paulo. Boitempo - 2004) é um trabalho polêmico que coloca novamente à mesa o debate sobre o papel de alguns setores da sociedade civil -sobretudo os jornalistas e os grupos de mídia - no apoio ao "governo militar".



Bom, pra começar, é necessário colocar a expressão "governo militar" entre aspas pois, como Kushnir faz questão de habilmente enfatizar na obra, seria impossível ter um regime nos moldes que existiu, sem o apoio de certos segmentos da sociedade civíl. Dessa maneira, o termo correto aqui seria Ditadura Civíl-Militar.

A autora, Doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp, coloca o holofote nos jornalitas que, pretensamente, sempre definiram-se como "agentes da resitência" ao regime civíl militar. Sempre quando o assunto são os anos de arbítrio, muitos jornalistas tendem a ter uma postura de vítimas,respondendo de forma evasiva ao papel da imprensa nos anos de chumbo.

Como faz questão de enfatizar, em vários pontos do livro, Kushnir coloca um freio na generalização, alertando que nem todos os jornalistas contribuíram para o regime. Seja na forma de colaboradores do regime, ou mesmo de jornalistas de carreira que atuaram nas redações dos jornais, Kushnir esclarece que apenas alguns véiculos de imprensa atuaram no suporte ao regime, como é o caso do jornal Folha da Tarde.

Um livro que valhe a pena conhecer, principalmene áqueles que gostam de política. Uma obra interessante que nos ajuda a compreender um tipo de governo que volta e meia se estabelece no Brasil, embora a sociedade brasileira tenha um discurso de que nosso país seja "democrático por natureza". Afirmação puramente retórica, tendo em vista o histórico de regimes autoritários que a república já vivenciou.

Para saber mais, clique aqui.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

.:: Guardanapo ::..




    O homem quase sem medo


A versão de David Mazzuchelli para o Demolidor

O Demolidor talvez seja o personagem mais complexo dos quadrinhos. Criado em 1964 por Stan Lee e Bill Everett, não foi um sucesso imediato como Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro, mantendo-se assim em segundo plano na Marvel. A revista passava de mãos em mãos, os roteiros eram fracos e o Demolidor que poderia ser o super-herói mais soturno das HQs, vivia histórias ridículas no espaço, inimigos fracos e não se destacava. Isso mudou em 1979 , quando Frank Miller passou a desenhar o titulo e logo em seguida começou a escrever também, trazendo o Demolidor para um ambiente mais urbano, próximo à realidade do leitor, um estilo narrativo diferenciado, misturando a rapidez do mangá, criando personagens secundários fortes como Elektra, pegou um inimigo abobalhado do Homem-Aranha e o transformou em um grande figurão da Máfia e um dos vilões mais amados dos quadrinhos, Wilson Fisk “O Rei Do Crime”.

Após a saída de Miller, o Demolidor se via novamente em um "mato sem cachorro", com sua revista novamente com roteiros fracos, só que o seu jovem desenhista chamou a atenção. Era David Mazzuchelli, um jovem com fortes influências do Impressionismo. Mazzucheli renovou em seus desenhos com experiências gráficas marcantes. Miller foi chamado de volta e pediu que Mazzuchelli continuasse desenhando, dessa parceria se desenvolveu um dos marcos nas HQs de todos os tempos: A Queda De Murdock.

Capa da edição especial de 1986

Intitulada de "Born Again" nos Estados Unidos, em “A Queda De Murdock”, Miller jogou Matt Murdock (alter-ego do Demolidor) na sarjeta, transformado em um homem sem esperança, uma de suas paixões se suicidou, sua empresa de advocacia com o sócio Foggy Nelson faliu, sua namorada Glorianna O’Breen não entende Matt e outra ex-namorada Karen Page, secretária da firma de Murdock e Nelson, que havia deixado a profissão para virar atriz de Hollywood retorna na saga. Frustrada, Karen se torna estrela de filmes pornográficos e junkie, vendendo a identidade secreta do Demolidor para o grande chefão do crime Wilson Fisk, O Rei Do Crime. Começa a saga da queda e ascensão de Matt Murdock.

“A Queda De Murdock” talvez seja a primeira graphic novel a questionar a posição do herói e o tratar da forma mais humana possível, mostrando os mesmos conflitos do público e questionando quanto vale a identidade de um homem.

Publicada no Brasil originalmente pela Abril em SuperAventuras Marvel, também em uma versão encadernada intitulada apenas de “Demolidor” e alguns anos relançada no seu formato original, “A Queda De Murdock” abriu muitas portas para Miller e Mazzuchelli, que se reuniriam de novo e lançariam o clássico Batman: Ano Um pela DC. Vale a pena ler essa que é uma das histórias mais mitológicas dos quadrinhos, um verdadeiro soco no estômago do leitor.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

..:: Jukebox ::..



Ele ainda é um "Animal"





Eric Burdon é um dos maiores “bluesman” branco de todos os tempos, talvez o maior. Dono de uma voz rouca e forte, reza a lenda que na infância morava em um apartamento, e no andar de baixo havia um marinheiro que trazia de suas viagens, discos de Blues e os escutava em alto volume, chamando atenção do menino Eric.

Anos se passaram e Eric Burdon formou uma das bandas mais idolatradas da conhecida invasão britânica de 1964,“The Animals”,com pegada bluseira no início, pop no meio e misturando a batida psicodélica de São Francisco no final.

Após o fim dos Animals, Burdon fez uma parceria muito produtiva com o grupo de funk americano "War", gravando o emblemático “Eric Burdon Declares War”. Burdon, após a temporada com o War, lançou alguns discos, mas sem sucesso, tentou ser ator de cinema e um retorno com os Animals.

O tempo passou e Burdon virou Cult.Nos anos 90 gravou com a banda brasileira Camisa de Vênus , “Don’t Let Me Be Misunderstood”, sucesso do seus tempos de Animals e arranjou um novo parceiro para composições, Marcelo Nova. Os resultados desta união são encontrados no álbum “My Secret Life” lançado por Eric em 2004 .



1. Once Upon A Time (Burdon /Bradley) :"My Secret Life” começa com essa gostosa homenagem a juventude dos anos 60 e seus ídolos, incluindo o próprio Eric.

2. Motorcycle Girl (Burdon/Nova): Eric fez a versão da canção “A Garota Da Motocicleta” de Marcelo Nova, com um arranjo muito mais arrojado e com metais marcantes, talvez seja a versão definitiva para a música.

3. Over The Border (Munyon): Possui uma guitarra marcante, mas não chega a empolgar.

4. The Secret (Chapman /Barnhill): Sensualidade extrema, com bateria e cordas excepcionais, um dos melhores momentos do disco.

5. Factory Girl (Braunagel /Burdon): Lembra os velhos lamentos dos negros que trabalhavam em campos de algodão, com um Eric dramático e uma gaita escocesa ao fundo, penetrando a alma do ouvinte.

6. Highway 62 (Braunagel/Burdon/Schell): Um convite para um passeio inesquecível, um blues moderno e seco, ao estilo Robert Cray.

7. Jazzman (Burdon/Restum): Uma viagem aos velhos salões de jazz, muito fiel ao gênero, mas é fraca comparada ao resto do álbum.

8. Black And White World (Burdon/Nova): Mais uma parceria de Eric e Marcelo Nova, empolgante, quase um “ska”.

9. Heaven (Byrne/Harrison): Cover da banda Talking Heads, lembra as velhas canções de amor de Ray Charles, com um pequeno tom de melancolia.

10. Devil Slide (Burdon/Nova): Blues à la Chicago, com uma slide-guitar marcante, um ticket ao inferno sem direito de volta.

11. Broken Records(Burdon/Nova): Lenta e parada, não consegue seu objetivo de encantar. É a pior do álbum.

12. Can’t Kill The Boogie Man (Burdon): O ponto alto do disco. Blues forte e rápido, com sua base remetendo a “Boom Boom” de John Lee Hooker. Uma singela homenagem de Eric a um de seus mestres.

13. My Secret Life (Cohen): Uma das mais belas canções do Séc. XX, com letra marcante de Leonard Cohen, muito bem estruturada e interpretada por Eric, melhor do que a original. Uma preciosidade que chega até a arrepiar.

"My Secret Life" expõe toda a sensualidade, carisma e o alcance vocal de Burdon, mostrando que ele continua em forma, com a mesma voz que o consagrou na década de 60. Além de conhecermos sua “vida secreta”, vemos que Eric Burdon continua sendo um animal.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

..:: Ressaca ::..



Continuando o raciocínio do meu último post, falo sobre os vários estilos e comportamentos que nasceram a partir do rock and roll.


Hoje falarei sobre um grupo em especial. Saindo da banda Deep Purple (lembrando que isso é segundo minha opinião), temos um estilo musical que implica em riffs garbosos, solos animados e letras que envolvem sexo, drogas e rock and roll.


O Hard Rock é um estilo que surgiu na década de 60, quando foi criado um estilo de rock mais pesado do que o convencional. Usando as raízes do blues britânico, com o auxílio de guitarras elétricas distorcidas, o estilo não podia ser chamado de rock and roll por sua pegada forte, mas também não podia ser chamado de Heavy Metal, pelo fato de não ter a sonoridade sombria do estilo.

Muitas bandas saíram desse estilo, como Skid Row, Mr. Big, Extreme, Kiss e Poison(acima).


Além do Hard Rock, também foi criado o Glam Rock, com uma sonoridade semelhante à do Hard, porém, com seus integrantes maquiados e travestidos.

Também houve várias bandas com esse título, como o lunático Ziggy Stardust, personagem de David Bowie e os glams do Twisted Sisters(à esquerda).




No próximo post, falaremos um pouco sobre a difusão do Heavy Metal e suas vertentes.

terça-feira, 20 de julho de 2010

..::Cardápio::..

Hoje é dia de literatura. Vou falar sobre uma poetisa: Florbela Espanca.

Florbela d´Alma da Conceição Lobo Espanca, é a figura feminina mais importante da poesia portuguesa.

Nasceu em 1894, estudou Direito em Lisboa, e tem uma história de vida bastante marcada pelo incomum e inesperado. Assim como sua poesia: Casou-se, separou-se, sofreu um aborto, foi abandonada pela família, e suicidou-se em 8 de dezembro de 1930, dia do seu aniversário.

Toda a sua trajetória poética é uma amostra de sua própria história. Seus versos são como confidências, e demonstram todo o apelo íntimo que há na expressão do feminino.

Com sua sensibilidade exacerbada, impulsos eróticos e o desejo de, com perfeição, expressar esse estado de alma, Florbela, em seus versos, apenas deseja amar e ser amada. Infeliz desejo. Talvez, sua maior tragédia.

Inquieta, viveu a buscar, a incansavelmente procurar. Parece querer da vida mais do ela pode dar.

É uma perturbante realidade, em que ela vivencia com angústia a incapacidade de ver-se plena, assim, faz de seus poemas um universo de significados muito comoventes.

Melancólico, agressivo, apaixonado, triste, ousado, esses são alguns dos adjetivos que melhor descrevem Florbela Espanca. Uma grande mulher da poesia.

sábado, 17 de julho de 2010

..:: Café Expresso::..


        O Maioral Da Tela

         Steve Mcqueen:“o homem que as mulheres querem ter e que os homens querem ser”
                
                       
  Steve McQueen foi uma das maiores bilheterias dos anos 60 nos Estados Unidos e no mundo. Apesar do jeito grosseiro, sua presença de cena era imensa, tanto que ficou conhecido como “o homem que as mulheres querem ter e que os homens querem ser” e também “King Of Cool” (equivalente a “O Rei dos Maiorais”). Apaixonado por grandes máquinas era viciado tanto por motorizadas, quanto máquinas humanas, casou–se três vezes, tendo um casamento polêmico com Ali MacGraw sua co-estrela em “Os Implacáveis” (The Getway, 1972, EUA), com queixas que ele a agredia. Há alguns mitos em relação à McQueen, que Bruce Lee e Chuck Norris teriam ensinando artes marciais para ele, tudo isso lenda. McQueen era muito amigo de Bruce Lee e carregou seu caixão. É lendária a conversa entre os dois, Mcqueen teria dito “-gostaria de lutar como você” e Lee respondido “-eu a bilheteria dos seus filmes”. Ambos se tornaram ícones da cultura pop.

Infelizmente Steve McQueen foi embora muito cedo, um câncer no pulmão o matou aos 50 anos, mais deixou talvez as atuações mais verdadeiras e próximas da realidade já vistas no cinema. Muita coisa para um ex-frentista, que não era bonito, passou por reformatórios, mas tinha mais carisma no seu mindinho do que Robert Pattinson tem em seu corpo inteiro.

No Brasil os filmes mais conhecidos de McQueen são “Sete Homens E Um Destino” (The Magnificent Seven, 1960, EUA), “Papillon” (idem, 1973, EUA) e “Inferno Na Torre” (The Towering Inferno, 1974, EUA), um dos melhores de McQueen é “A Mesa Do Diabo” (The Cincinnati Kid, 1965, EUA), estrelando também Karl Malden (o maior ator coadjuvante do cinema) Ann-Margret, Tuesday Weld e o “rei dos gângsteres” Edward G.Robinson em um de seus últimos filmes.

“A Mesa Do Diabo” é a história de Kid (Steve McQueen) um jogador de pôquer cansado de jogar em mesas de bar e com oponentes fracos, sonha em um grande jogo com o melhor: Lancey Howard (Edward G. Robinson, sempre sinistro). No meio disso se envolve com a mulher do seu sócio Shooter (o brilhante Karl Malden) e se apaixona pela jovem Christian (Tuesday Weld).

Dirigido pelo hoje consagrado Norman Jewison, após o diretor original Sam Peckinpah ser demitido (mais tarde faria com McQueen o clássico Os Implacáveis), com roteiro de um dos maiores da área, Terry Southern ,co-escrito com Ring Lardner Jr, editado por Hal Ashby, futuro diretor de “Ensina-me A Viver” e outros marcos cinematográficos , música do argentino Lalo Schifrin, autor do tema de “Missão: Impossível” e canção original cantada por Ray Charles, “A Mesa Do Diabo” leva o telespectador a ser um observador do jogo, a torcer e vibrar em cada jogada, mostrando também por que McQueen é talvez o maior e mais carismático astro de todos os tempos do cinema.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

..:: Guardanapo ::..

Buenas...


Hoje o assunto é manga. Para quem ainda não sabe, manga é o termo que se dá aos quadrinhos orientais, sobretudo japoneses, assim como o comics são os quadrinhos norte americanos ou, como nós brazucas nos referimos, gibi.

Como falei num post anterior, o manga é antigo... Sua origem vem ainda no final do século XVIII, no Japão.

Porém, o manga se popularizou apenas no século XX, após a segunda guerra mundial, com a maior aproximação do país do sol nascente à cultura ocidental.

Por certo, um dos nomes que contribuiram para isso é o de Hayao Miyazaki.



Hayao Miyazaki, japonês, nascido em Tóquio, produziu algumas obras primas que destacam-se da grande avalanche de mangas e animes que vemos nos dias de hoje.

Para quem acha que "todo manga e anime tem os mesmos personagens com olhos grandes e coloridos" faço um convite para que conheça algumas obras de Miyazaki, como o manga que o projetou, Kaze no tani no Naushika.

No campo das animações, Miyazaki também se destacou. A viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no kamikakushi), faturou em 2001 o Oscar de melhor animação.



Poderia ficar horas falando sobre as obras do artista japonês. Ao invés disso, e pedindo licença para os nossos amigos da coluna Prato do Dia, deem uma olhada vocês mesmos. Todo domingo, do dia 18/07 ao dia 01/08, sempre às 11:00, o CineSesc fará uma mostra sobre algumas animações de Miyazaki. Que tal conhecer, de graça, alguns trabalhos sobre um dos maiores artistas japoneses contemporâneos?

O CineSesc fica em São Paulo, na Rua Augusta, n. 2075. Para assistir as sessões, é necessário retirar o ingresso no local uma hora antes da exibição. Para maiores informações, clique aqui.