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quarta-feira, 30 de junho de 2010

..:: Jukebox ::..

Itu tem fama de tudo ser grande. Se precisar de um orelhão é facinho de encontrar e se precisar de um mega festival de música e arte, também! Localizada a cerca de 70km de São Paulo, a cidade vai receber o Starts With You Music and Arts Festival, que promove um movimento sobre sustentabilidade e meio ambiente.


O evento trará bandas como Pixies, Dave Matthew´s Band, Incubus e Linkin Park, mostras de arte, além de um fórum sobre sustentabilidade, com especialistas, políticos e pensadores. Tudo isso vai acontecer na fazenda Maeda, num espaço de 200.000 metro quadrados. A ideia é que mais de 300.000 pessoas passem por lá durante os dias de evento, que serão 9, 10 e 11 de outubro.

Atente-se! A venda dos ingressos começa no dia 13 de julho, mas ainda não há divulgação sobre valores.
Pra quem é do abc, os pontos de venda serão:

Made in Brazil - Shopping ABC

Av. Pereira Barreto, 42 - Piso 1 - Santo André

Posto Ipiranga Gravatinha
Av. Portugal, 1.756 - Jardim Bela Vista - Santo André

Posto Ipiranga Central Park
Rua Jurubatuba, 1500 - Centro - SBC

Chapelaria Tihany
Rua Pará, 106 - Centro - SCS

Nos próximos posts da Jukebox falarei um pouco de cada uma das bandas principais do Starts With You. Até Lá.

terça-feira, 29 de junho de 2010

..:: Cardápio ::..


No dia 18 deste mês de junho, perdemos um grande nome da língua portuguesa: José Saramago.

Ele sofria de leucemia e morreu aos 87 anos, de múltipla falência nos orgãos em sua casa, Lanzarote, Espanha.

Ateu, fez muitas críticas à igreja. Abordou a história portuguesa, questionou a política e a democracia. Saramago, além de exímio escritor, foi também um incansável militante.

Todas essas características estão explicitadas em sua obra, marco de nossa cultura: o único Nobel da língua portuguesa.

Em 2008, teve seu livro "Ensaio sobre a cegueira" adaptado ao cinema por Fernando Meirelles. Sucesso que pôde acompanhar e emocionar.

Saramago deixa sua contribuição como o maior escritor português contemporâneo, e levará seu nome ao lado de escritores como Camões e Fernando Pessoa.

Sem dúvidas todos sentem sua perda, mas também uma imensa gratidão à sua obra contestadora, e que será eternamente uma amostra de um profundo sentimento à língua portuguesa.
..:: Prato do Dia ::..

O que leva uma banda de rock resistir 30 anos com a mesma formação e com clássicos estampados em todo o Brasil e mundo?



Muito talento e determinação.


Fazendo uma mistura entre as colunas Prato do dia e “Jukebox”, falo hoje sobre um grupo que faz sucesso desde os anos 80 até hoje!


Roupa Nova é o nome dessa banda. Formada por músicos de grandíssimo porte e carregados de hits emplacados nas mais famosas novelas brasileiras, a banda comemora, nessa sexta (2) e sábado (3), seus trinta anos de carreira gravando seus novos CD e DVD.

Os shows ocorrerão no Credicard Hall, na Avenida das Nações Unidas, 17.955, no bairro da Vila Almeida. Os preços dos ingressos variam entre R$30,00 e R$160,00 e podem ser comprados pelo site http://www.ticketsforfun.com.br/.


No setlist da banda não faltarão sucessos como Dona, A ViagemAnjo e o clássico Whisky a Go-Go

Vale a pena conferir e comemorar a terceira década deste incrível grupo!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

 ..:: Prato do Dia ::.


O inverno chegou. Preparem os cobertores e as luvas porque o frio promete! O que promete também é o 10º Festival de Inverno de Paranapiacaba. A vila histórica de Santo André vai receber nos dias 17, 18, 24 e 25 de julho, diversas atrações, dentre elas, nomes como Ed Motta, Fernanda Porto, Maria Rita, Zeca Baleiro, Zélia Duncan e a atração internacional de jazz New Orleans Jazz Band, além de apresentações de dança e teatro. O festival dará espaço também aos novos talentos da região, na sessão Revelações.

Veja o cardápio do festival e a localização:


*** dia 17/07 ***

11h00 - Coral de Santo André / Clube União Lyra-Serrano

12h30 - Juliana Lima / Clube União Lyra-Serrano

14h00 - Projeto B / Antigo Mercado

15h00 - Léo Maia / Campo de Futebol

14h30 - Lulina / Clube União Lyra-Serrano
17h00 - Dança Cigana / Clube União Lyra-Serrano

18h30 - Fernanda Porto / Antigo Mercado

19h30 - Ed Motta / Campo de Futebol


*** dia 18/07 ***

11h00 - Orquestra Sinfônica de Santo André / Clube União Lyra-Serrano

12h30 - Eder Palmieri / Clube União Lyra-Serrano

14h00 - Pedra Branca / Antigo Mercado

15h00 - Ana Cañas / Campo de Futebol

16h30 - Rafael Castro / Clube União Lyra-Serrano

18h30 - Igor Prado / Antigo Mercado

19h30 - Zeca Baleiro / Campo de Futebol


*** dia 24/07 ***

11h00 - Banda Lira de Santo André / Clube União Lyra-Serrano

12h30 - Roberta Tiepo / Clube União Lyra-Serrano

14h00 - Espetáculo Popo Vull / Clube União Lyra-Serrano

14h00 - Nô Stopa / Antigo Mercado

15h00 - Isabela Taviani / Campo de Futebol

16h30 - Tulipa Ruiz / Clube União Lyra-Serrano

18h30 - Virgínia Rosa / Antigo Mercado

19h30 - Zélia Duncan / Campo de Futebol


*** dia 25/07 ***
11h00 - New Orleans Jazz Band / Clube União
Lyra-Serrano
12h30 - Thais Helena / Clube União Lyra-Serrano
14h00 - Dança das Mulheres / Clube União Lyra-Serrano

14h00 - Projeto Nave / Antigo Mercado

15h00 - Bruna Caram / Campo de Futebol

16h30 - Banda Ladodalua / Clube União Lyra-Serrano
17h00 - Street Dance / Clube União Lyra-Serrano

18h30 - Irmandade do Blues / Antigo Mercado

19h30 - Maria Rita / Campo de Futebol

Endereços de onde acontecerão os eventos:


Clube União Lyra-Serrano

R. Antonio Olyntho, s/n, Paranapiacaba – Santo André.

Antigo Mercado da Vila

R. Campos Sales, s/n, Paranapiacaba – Santo André.


Campo de Futebol
Av. Fox, s/n, Paranapiacaba – Santo André.

sábado, 26 de junho de 2010

.:: Guardanapo ::..

Uma Grande Piada



Um dia pode mudar a vida de uma pessoa, transformando esse homem em insano e louco. “A Piada Mortal” mostra o passado do vilão mais enigmático das histórias em quadrinhos, o Coringa.


Escrita brilhantemente por Alan Moore, desenhos magistrais de Brian Bolland e cores fortes de John Higgins, “A Piada Mortal”, junto com “O Cavaleiro Das Trevas” é um marco nos quadrinhos na década de 80, inspirou Tim Burton a fazer “Batman” em 1989 e também o Coringa feito por Heath Ledger em “O Cavaleiro Das Trevas”.


O interessante da obra é o roteiro de Alan Moore, que coloca tanto Batman quanto o Coringa no mesmo nível, questionando se os modos de Batman combater o crime são certos e o que leva um homem a loucura, em todas as dimensões. Moore humaniza o Coringa, aproxima ele do público e mostra o seu passado ,como ele virou o que conhecemos, já Batman é mostrado com realismo, um justiceiro cruel e impiedoso,o "Dirty Harry " de capa e máscara.Paralelamente somos apresentados a outra trama sobre o Comissário Gordon e sua filha Bárbara, que é violentada pelo Coringa e seus homens,mostrando que em um dia,um homem de juízo perfeito pode se tornar um louco também.


“A Piada Mortal” quebrou vários paradigmas nas histórias em quadrinhos, onde não há um herói, não há bom ou mal, todos os personagens em algum momento agem sem juízo.


Vale ressaltar os desenhos de Brian Bolland e as cores de John Higgins, criando uma atmosfera pesada e precisa para a história.


A Piada Mortal” ganhou todos os principais prêmios para HQs e se tornou uma obra obrigatória para quem gosta de quadrinhos. Experimente

..:: Café Expresso::..


Documentário sobre Maradona é lançando em DVD
Direção: Emir Kusturica

Gênero: Documetário
País: Espanha-França

Ano: 2008

Duração: 90 minutos

Distribuidora: Europa Fimes. Só para locação.




Maradona por Kusturica é um documentário biografico, sobre a vida do jogador de futebol argentino Diego Maradona.

Esse é o registro cinematografico feito pelo cineasta bosnio Emir Kusturica, está sendo lançando em DVD pela Europa em meio a Copa do Mundo na África do Sul.

Eu não assisti ainda (mas pretendo), entretanto fica a dica para ver assim que chegar ao Brasil, esse documentário que além retratar a triunfal passagem de Maradona como jogador e gênio dentro de campo, demonstra também como pensa o atual técnico da seleção argentina.

Kusturica, que como Maradona é críticos voraz de Geoge W. Bush, Margaret Thatcher, Ronald Reagan e do príncipe Charles.Também são amigos e concordam no que diz respeito à Hugo Cháves, Evo Marales, Fidel Castro e Che Guevara. Não é atoa que existe uma empatia tão grande um pelo outro.

O cineasta diz que não usou o filme para falar de si mesmo, porém se diz o Maradona do cinema. Ele como fã do eterno astro dos gramados, presenteia Maradona com essa obra sem insenção alguma, e que a ainda por cima valoriza o gênio que tem dificuldade humanas como qualquer um!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

..::Ressaca::..

Dia estranho no café do Bira!



Cheguei e vi pessoas com notebooks e celulares. Estranho o fato de ter pessoas ligadas à internet em um bar. Fiquei perplexo, mas nada foi pior quando vi Bira com um celular, mexendo desesperadamente e soltando altas gargalhadas.

Fui até o homem e perguntei o que estava fazendo. Sem muitas palavras, Bira me explicou sobre um microblog que esta fazendo sucesso no mundo inteiro.
Já tinha ouvido falar, mas nunca me interessei. O nome do site é Twitter. É um site de relacionamento, onde pessoas de todo o mundo trocam informações em 140 caracteres.Mas espere um pouco! 140 caracteres? É muito pouco. É, mais ou menos, o número de caracteres de uma mensagem de celular!

Pois é, amigos! A idéia do twitter saiu das mensagens de texto dos celulares que, antigamente, só poderiam ser escritas com 140 caracteres. Interessante, não?O Twitter hoje em dia é uma das redes sociais mais acessadas por brasileiros, que, atrás dos americanos, são o segundo povo mais twittero!

O mais curioso de tudo são os tipos de pessoas que freqüentam o site. Temos de tudo! Uns são intelectuais, formadores de opinião, que expõem suas idéias e críticas à sociedade. Também têm os tipos comerciais, afinal, o twitter é um ótimo meio de divulgação de empresas e produtos.

Alguns comentam sobre sua vida pessoal, o que irrita bastante certas pessoas.Para entender melhor esse processo, criei um twitter para mim!

Estou seguindo várias pessoas interessantes e tento postar diariamente sobre coisas interessantes. Mas, ao longo disso, percebi que o twitter também pode causar polêmicas.Na lista dos assuntos mais comentados do mundo encontra-se a frase “Cala a boca Galvão”, referindo-se ao locutor da Rede Globo Galvão Bueno. Pensando como um recém twittero, não me interesso em mandá-lo calar a boca, mas não se sabe o que passa na mente do povo que acessa o microblog, afinal, é uma variedade espantosa!

Outra coisa que me chamou a atenção no site é o tanto de celebridades que o habitam! Muitos sábios, músicos, artistas, comediantes etc.O que me deixou mais perplexo é a rapidez em que a informação é passada pelo twitter. Muito do que acontece no mundo sai primeiro no twitter por meio de grandes jornais, jornalistas ou até pessoas que estavam presentes no fato. É uma ferramenta maravilhosa que a cada dia conquista mais pessoas.


E eu, como qualquer outra pessoa antes de criá-lo, achei que esse site fosse inútil.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

..:: Jukebox ::.. (parte II)

Já ouviu algo que mistura ritmos latinos com o velho hardcore californiano? Ou rock progressivo com pitadas de dub e blues? Lançado em julho de 2009, o disco Mandala dos RX Bandits apresenta algo novo que só foi possível de acontecer após dez anos de caminhada e evolução musical.

Recheado de misturas rítmicas e singularidade que enriquecem a essência rock da banda, o álbum é composto por onze faixas de tempo consideravelmente longo e que, provavelmente, vão surpreender quem conhece um pouco de rock. A produção conta com vários elementos diferentes entre si, como instrumentos de sopro, teclado, sintetizador e trechos instrumentais. Os vocais são em inglês, mas, como o disco todo é uma surpresa, há partes cantadas no simpático espanhol.

De fato, não é um disco para ser ouvido rapidamente. Como as músicas não são curtas, é preciso que sejam ouvidas com calma e atenção, pois a totalidade da canção é que mostra a complexidade e o estilo do quarteto californiano. Já os chamaram de filhos do Bowie, devido à transformação que o grupo sofreu. Sofreu, não. Provocou! Embora com um estilo novo, algumas características dos norte-americanos foram preservadas, como as letras de cunho social e politizadas, além da agressividade das guitarras.

Canções como March Of The Caterpillar, White Lies e Mientiras La Veo Soñar são, com certeza, repletas de criatividade e psicodelia; e o que não fica atrás é o encarte do álbum, que traz aves tropicais totalmente coloridas em volta de uma bela mulher com os olhos tapados com a bandeira norte-americana. Vale a pena conferir!




..:: Jukebox ::..

Se perguntar a qualquer um o que uma banda recém-formada, com apenas três dias de ensaio, pode fazer numa apresentação ao vivo, essa pessoa, provavelmente, lhe dirá que não muita coisa. Mas não se for o caso de Time Lapse Consortium.

Criado em 2003 com a finalidade de ser um curto projeto musical e formado
por Mike Einziger (guitarra), Jose Pasillas (bateria), Ben Kenney (baixo), Neal Evans (órgão) e Suzie Katayama (arranjos de cordas), o grupo reproduz o melhor do funk e jazz, com influências dos anos 1950 e 1960. Na formação original não há vocal, somente o som instrumental e dançante, exceto na participação especial do vocalista Brandon Boyd, em A Certain Shade of Green e o acompanhamento dos metais e percussão.

A ideia da banda foi do excelente e criativo guitarrista Mike Einziger que,
segundo ele, "sempre quis pintar um quadro com muitas cores diferentes", se referindo às inúmeras possibilidades que uma banda com mais instrumentos oferece.

Depois de algumas apresentações em 2003, o projeto terminou e cada um dos
integrantes tocou seu rumo com seus projetos musicais primários. Mas o interessante disso tudo é que a banda-relâmpago continua a ganhar fãs e seu trabalho, mesmo que curto, ficou marcado e serve de parâmetro quando se fala em jazz, psicodelia e funk de qualidade.

Confira o que registrou a fama de Time Lapse Consortium.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

..:: Prato do Dia ::.. (parte II)


Maureen Bisilliat

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) realiza mostra de arte feita durante a ditadura militar. O acervo conta com mais de 100 obras de 49 artistas, como Cybele Varela, José Roberto Aguilar, Antonio Henrique Amaral, Nelson Leirner e Mira Schendel.

Entitulada "Entre Atos 1964/68", a exposição tem como objetivo resgatar e mapear as obras produzidas durante o período de repressão. A apresentação é gratuita e vai até o dia primeiro de agosto.

Onde? MAC - USP/R. da Reitoria, 160 - Cidade Universitária.
Tel: (11) 3091-3039.

Quando? Até 01/08.

* Terças, quartas, quintas, sextas e sábados, das 10h às 18h.
* Sábados e domingos, das 10h às 16h.

Quanto? Na faixa!

..:: Prato do Dia ::..

Aproveitando a deixa cinematográfica do ilustríssimo Gabriel:
Já assistiu ao filme "O Pianista"? Aquele que teve 7 indicações ao Oscar e que levou 3 estatuetas! Embora tenha nome de vodka de quinta, Polanski é cineasta de primeira! Além de ter produzido "O Pianista"(2002), produziu filmes como "Tess"(1979), "Chinatown" (1974) e "Rosemary´s Baby"(1968), todos premiados com o Oscar.
Roman Rajmund Polánski nasceu em agosto de 1933, em Paris, e no alto de seus 76 anos, escreveu uma trajétória fantástica na sua atividade.

Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a vida desse fantástico cineasta, a Cinemateca faz uma exposição sobre suas obras. Com stills dos filmes, cartazes e fotografias, a apresentação ocorre no saguão da sala BNDES da Cinemateca Brasileira e quem conferir poderá ter uma cronologia do trabalho do diretor.

Onde? Cinemateca Brasileira/Largo Senador Raul Cardoso, Vila Mariana .
Tel: (11) 3512-6111.

Quando? Diariamente, de 03/06 a 27/06.

Das 10h às 22h.

Quanto? Na faixa!

sábado, 19 de junho de 2010

..:: Café Expresso::..


O Selvagem Da Motocicleta


Mickey Rourke em cena de "O Selvagem Da Motocicleta" (1983)

Um esplêndido exercício cinematográfico. Podemos falar isso sobre “O Selvagem Da Motocicleta” (Rumble Fish, 1983, EUA) dirigido por Francis Ford Coppola, baseado em um romance de S.E. Hilton. Com roteiro de Coppola e da própria escritora, conta a história de um jovem rebelde sem causa (Matt Dillon), que tem como diversão as brigas de rua e vive à sombra de seu irmão, lendário líder de gangues conhecido como “O Garoto Da Motocicleta” (Mickey Rourke).

Com uma fotografia maravilhosa em preto e branco de Stephen H. Burum, o filme é uma volta ao passado cinematográfico hollywoodiano, com um tema clássico, desde a década de 50: a rebeldia sem causa. O filme mostra um conflito que todo jovem sente entre o mito e a realidade, na medida em que o personagem de Matt Dillon quer ser cada vez mais como irmão, sendo que a verdade é algo totalmente diferente, pois o irmão agora é somente uma sombra do que foi no passado.

Mickey Rourke rouba o filme, com a fala baixa e o olhar para o nada, passa a sensação que estamos vendo o filme da sua forma de observar o mundo (o personagem é daltônico), como uma TV com o som baixo, com apenas duas cores, de maneira quase poética. Dennis Hopper como o pai alcoólatra, também deixa sua marca no filme, que nos remete aos velhos clássicos de Hopper (“Juventude Transviada”, ”Sem Destino”).

Coppola também conta com um elenco de jovens iniciantes, que no futuro deixariam a sua marca, como Nicolas Cage (seu sobrinho), Diane Lane, Chris Penn, Laurence Fishburne (após ter feito “Apocalypse Now” com Coppola), o veterano ator de filmes sobre motociclistas, Willian Smith, e o grande músico Tom Waits.

Outro grande destaque é a trilha sonora marcante de Stewart Copeland (na época, baterista do “The Police”).

“O Selvagem da Motocicleta” é um filme que marcou e ainda vai marcar a vida de muita gente. Um filme que mostra uma jornada sem rumo que muitas vezes, não leva a lugar algum.

..:: Café Expresso ::..

Sidney Lumet:Um Profeta Cinematográfico

Sidney Lumet dirigindo "Um Dia De Cão" (1975)

Sidney Lumet é considerado um dos maiores diretores do cinema em todos os tempos. Lumet fez dois filmes que explicam o poder da mídia sobre o ser humano, principalmente a televisão. Ele já tinha abordado em 1971, em “O Golpe De John Anderson” (The Anderson Tapes), até onde um cidadão é observado, se temos ou não privacidade. Em “Um Dia De Cão" (Dog Day Afternoon ,1975) e “Rede De Intrigas” (Network ,1976) faz duras críticas à comunicação de massa.


Al Pacino é Sonny em "Um Dia De Cão" (1975)

Em “Um Dia De Cão”, dois homens entram em um banco para um roubo, sendo que nenhum dos dois são ladrões. Inseguros, um circo vai se formando em volta do banco, com policiais, imprensa e curiosos. O interessante do filme é como a imprensa transforma tudo aquilo em um show, com uma seqüência chave, em que um entregador de pizza comemora por estar participando do show, ou quando Sonny (interpretado brilhantemente por Al Pacino) sai do banco, faz um discurso e a platéia, formada por curiosos, vibra.

Com o roteiro ganhador do Oscar, escrito por Frank Pierson e muita improvisação por parte do elenco, consegue segurar o espectador até o último minuto do filme. O questionamento do filme é qual o limite da imprensa em julgar o fato, decidir quem é o bandido ou mocinho e transformar a história em um verdadeiro show.

Vivemos uma situação parecida na imprensa brasileira, há alguns anos, com o caso Eloah em Santo André. Até que ponto a imprensa é culpada da morte da garota e de fazer um verdadeiro espetáculo com os bastidores do crime.

Peter Finch como Howard Bale em "Rede de Intrigas" (1976)

Já em “Rede De Intrigas”, Lumet mostra os bastidores de uma rede de TV, onde o âncora Howard Bale (Peter Finch, ganhador do Oscar de Melhor Ator, sendo o primeiro ator a receber um Oscar póstumo) está prestes a ser demitido e avisa que no próximo programa cometerá suicídio. A audiência do programa sobe, os telespectadores ficam atentos ao que ocorrerá e os executivos se aproveitam da situação. O âncora vira um “profeta louco”, seu programa vira um verdadeiro show, sua loucura e sensacionalismo quase uma religião.

O filme mostra também a relação amorosa entre o ex- responsável pelo jornalismo da rede, que não concorda com a exposição de Bale, Max Schumacher (Willian Holden, sempre correto) e sua substituta, a inescrupulosa executiva Diana Christensen (Faye Dunaway, ganhadora do Oscar), que não terá nenhuma ética em aproveitar a loucura de Bale a seu favor.

Com diálogos afinados, escritos por Paddy Chayefesky, homem de televisão e Sidney Lumet realizando uma direção que começa limpa e suave e vai ficando mais intensa e suja conforme a loucura de Bale, "Rede De Intrigas” se mantém atual, mostrando a falta de moral e ética da mídia para obter lucros, o sensacionalismo barato de apresentadores que transformam a sua opinião medíocre e mentirosa em verdade, e questiona os telespectadores que se deixam banalizar pela televisão.

Uma visão profética sobre a comunicação ou a realidade de sempre?
Lumet com esses dois filmes feitos há quase quarenta anos, o tempo em que vivemos, talvez sejam as respostas para este paradigma.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

..:: Guardanapo ::..

Buenas...


Sou Diego Frederici e hoje estreio a coluna Guardanapo, aqui no Café do Bira.
A Guardanapo vem com a proposta de trazer ao público informações sobre o vasto mundo das histórias em quadrinhos.



Dos mais famosos, como as produções dos estúdios DC, Marvel Comics, da revista japonesa Shonem Jump, passando pelos Estúdios Maurício de Souza, aos mais simples, feitos muitas vezes por desenhistas amadores e fanzines, que se destacam pela qualidade dos textos ou desenhos, a Guardanapo trará a tona essa criativa e popular forma de comunicação, considerada como nona arte.

Bom, mas como tudo tem um começo, primeira peço permissão de lhes “introduzir” (no bom sentido!) no universo das histórias em quadrinhos com um breve relato sobre as origens de uma das manifestações mais contundentes da cultura pop.

ORIGEM (A long time ago...)

A origem das histórias em quadrinhos é controversa. No Japão, podemos considerar que os primórdios do manga – quadrinhos japoneses – teve início ainda no fim do século XVIII, pelo artista Katsushika Hokusai. Na época, Hokusai ficou tão famoso pelas gravuras, que retratavam paisagens e pessoas, que suas obras ficariam conhecidas como Hokusai Manga (Caricaturas de Hokusai).

No ocidente, a história é outra. Alguns estudiosos e artistas consideram os trabalhos da primeira metade do século XIX como o ponto inicial das histórias em quadrinhos, como é o caso do suiço Rudolf T. Pffer, em 1827. Outros artistas, ao longo do século XIX, também contribuíram para o desenvolvimento da HQ.

Porém, a grande sacada veio em 1895, com a criação do personagem Yellow Kid, de Richard Outcalt. O que diferenciou Outcalt dos outros artistas? A introdução de balões de fala aos personagens das histórias. Um revolução na nona arte.

O Brasil não ficou de fora e mostrou ainda na época um desenvolvimento precoce nas tiras e charges políticas por meio do italiano Angelo Agostini, que estreou em 1864 nas páginas do pasquim paulista Diabo Coxo.

Das origens até os dias de hoje a história em quadrinhos evoluiu, ganhando status de obra de arte e adaptações milionárias para os cinemas. Retratando o cotidiano de forma cômica, ou dramática, os quadrinhos firmaram-se com importante meio de comunicação no século XX. Mas isso é discussão pra outro tópico. Até lá, não darei mole e deixarei vocês na expectativa... Até a próxima!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

..:: Ressaca ::..

Futebol é o espelho da vida?


Estamos em plena Copa do Mundo, tudo é futebol... Na TV, rádio, conversas de botequim, enfim, é difícil ficar de fora, até quem não gosta acaba querendo dar algum palpite e escalar a sua seleção.

Dunga saiu muito criticado do Brasil por não levar esse ou aquele jogador.

Por conta disso, muitos brasileiros acabam torcendo por outros países.
Minha mãe por exemplo, vai torcer pela Argentina por que segundo ela o técnico do Brasil não soube convocar certo.

Mas será que é isso mesmo?

Não quero nem entrar no mérito se o Dunga é um bom ou mau treinador.
Vamos refletir se muitas vezes não caímos nas graças daquela seleção, técnico ou jogador devido à imagem que nos é projetada daquele ídolo. Ou se não queremos que aquele que admiramos seja a nossa imagem e semelhança?

Por exemplo, o jogador Kaká, outro dia ouvi, em um bar que estava tomando um café (risos) que ele é europeu demais.

Ouvi também que na seleção não tinha nenhum baladeiro convocado pelo Dunga.

Seria esta seleção a cara do técnico do Dunga e distante dos brasileiros comuns, no que diz respeito ao comportamento dos atletas?

O Ronaldo, Romário até o próprio Maradonda, são figuras que dentro de campo foram indiscutivelmente craques, gênios da bola!

Agora fora dele, nenhum pai gostaria de te-los como genros. Ou seja, vez ou outra estampam os noticiários onde estão envolvidos em confusões. Entretanto, são ídolos. Façam o que façam.

Teria nós brasileiro, identificação com jogadores que tenham problemas como pessoas comuns no dia-dia?

Seriamos uma espécie de jogadores, e a vida um grande palco onde os problemas possam ser vencidos com dribles.

Que muitas vezes acabamos fazendo gols impedidos por termos um país atrapalhado.

E os jogadores que por conseqüências da vida demonstram não ter dificuldade cotidianas, podem estar distantes demais do típico brasileiro? Não seriam autênticos?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

..:: Jukebox ::..

Ainda falando em Copa do Mundo na África, mais um nome:

Miriam Makeba


Sul-africana, Miriam Makeba é um dos grandes nomes da recente história da África e da luta contra o apartheid.

Começou sua carreira ainda jovem, mas tornou-se conhecida no festival de Veneza, em 1960. Miriam participou do documentário antiapartheid "Come Back Africa" então, teve sua nacionalidade revogada pelas autoridades sul-africanas.

Refugiou-se em Londres, depois Estados Unidos, onde passou a ser conhecida pela música Pata Pata, e alcançou o sucesso.

No entanto, por denúncias feitas ao regime racista, em 1963, Miriam Makeba teve suas músicas proibidas na África do Sul.

Com o fim do aparthied e a pedido de Mandela, retornou ao seu país de origem em 1992. Lá, continuo sua luta.

Em sua turnê de despedida, durante uma apresentação na Itália, Miriam sofreu uma ataque cardíaco e morreu no hospital, em 2008.

Morreu aos 76 anos de idade, e é lembrada como a mulher que lutou pela África e pela liberdade no negro. Luta pela qual pagou com 30 anos de exílio.


terça-feira, 15 de junho de 2010

..:: Jukebox ::..


Parangolé, de Hélio Oiticica

A boa música velha

Falar de música "velha" é tão atual quanto falar da música contemporânea se entendermos as muitas influências que existem no nosso processo histórico cultural.

Um dos principais movimentos de renovação na linguagem da música brasileira foi o Tropicalismo, movimento de vanguarda que trouxe ao país uma nova forma de fazer música. Mais livre, mais experimental e que pôde contar com diferentes elementos da arte, como a literatura, as artes plásticas, o teatro e o cinema. Todos em um só diálogo: o da renovação estética na cultura brasileira.

É importante lembrar que o Brasil, durante a década de 1960, tinha um discurso nacionalista, a guitarra elétrica, por exemplo, era um elemento que a cena artística da época queria evitar, de modo a fazer uma arte mais tradicional.

O Tropicalismo chegou para romper com esses padrões estéticos. A idéia era trazer ao Brasil um cenário mais complexo, com uma junção de aspectos artísticos que demonstrassem as diferentes faces da nossa cultura, então renegada. E, principalmente, a liberdade de criar.

Apesar de intenso, o Tropicalismo teve vida curta, apenas um ano, de 1967 a 1968, no entanto, deixou marcas perceptíveis nos dias de hoje.

Os primeiros indícios dessas marcas foram mais sintomáticas durante a década de 1970, quando surgiram os “herdeiros" do tropicalismo: artistas que traziam em suas obras um caráter mais experimental.

Assim, surgiram alguns nomes que, pela primeira vez na história da música popular brasileira, puderam misturar diferentes elementos em um só.

Na construção da música seja ela mais ou menos atual, existe um conjunto de aspectos que a definem, e esta coluna tem como objetivo discorrer sobre essa questão, mais precisamente, sobre o pós-tropicalismo, ou seja, o cenário musical de 1970 em diante.

Começa semana que vem. Fiquem ligados.
..:: Cardápio ::..

Hoje é dia de literatura no Café do Bira...

...E já que o assunto do momento é Copa do Mundo na África, vamos viajar pelo Continente também.


Estamos acostumados a ver o continente africano como um lugar selvagem: animais ferozes e povos que nos remetem aos hábitos mais primitivos do planeta.

Muito do que se ouve, ou do que é mostrado da África, contribui para que tenhamos uma imagem hostil. A maioria das abordagens nos levam a guerras civis, catástrofes, epidemias e exploração. As imagens e as historias, tratam a África com um lugar de migalhas. Em resumo: um lugar desumano.

A África, entretanto, não está a margem de sua própria graça e beleza de existir. Se há algo que foi tirado do continente, foi apenas sua verdadeira identidade. Sua cultura pode parecer esquecida ou condicionada ao imaginário... Mas não é.

A África está além da História que a denegriu, e tornou-se mítica.

Mesmo quando há guerra ou quando a política castiga, existe um povo que caminha levando consigo seu espírito e as raízes ancestrais da África, por ela mesma.

É nessa linha que Mia Couto traz ao mundo um outro olhar sobre o continente, ou uma parte dele.

Mia Couto, hoje, é o nome mais conhecido da literatura africana. Suas histórias trazem um pouco da cultura de Moçambique. Filho de imigrantes portugueses que foram morar em Beira, Antônio Emílio Leite Couto é um autor de muitas facetas, poeta, escritor, contador de histórias.

Tal qual Guimarães Rosa, Mia Couto passeia pela incansável criação de neologismos, e mostra sua proximidade com o autor deGrande Sertão: Veredas, fala da terra.

Sua literatura também remete a outro grande escritor: Gabriel Garcia Márquez, pois assim como ele, trafega pelo realismo fantástico.

Assim é a sua obra: a viagem a África que faltava, a fantasia arraigada às verdadeiras raízes da região. Uma amostra de dentro dela mesma, em que uma possível sujeição à política é a estrangeira na terra mãe.

Escreveu diversos livros. Mantendo o português falado em Moçambique e com a criação de palavras, concebe seus retalhos e é impossível não se envolver na construção de sua prosa, onde a África está viva, pulsa. Resiste, sobrevive.

Alguns de seus livros:

Vozes Anoitecidas
A Varanda do Frangipani
O Gato e o Escuro
Mar me quer
Vinte e Zinco
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra
Contos do Nascer da Terra
Cada Homem é uma Raça
O Último Voo do Flamingo
Terra Sonâmbula
Estórias Abensonhadas
..:: Cardápio ::..

Opção de leitura no Cardápio do Bira.


Imagine o seguinte: Você liga o rádio e ouve uma música com a seguinte letra:

Lá vem ela chorando
o que é que ela quer?
Pancanda não é, já dei.
(Alvarenga e Benedito Lacerda, 1932)

Seria, no mínimo, absurdo?

Não se vivêssemos nos anos 30, ou nos 40, 50...

Imaginem, até meados da década de 1960, noventa e nove por cento das composições eram feitas por homens.

Isso refletia o modo de viver das pessoas e as relações entre homem e mulher. As canções influenciavam e eram influenciadas pelo comportamento da época.

Outro exemplo:

Quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar
E de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar
Só existe uma e sem ela eu não vivo em paz
Emília, Emília, Emília... não posso mais
(Nelson Batista e Haroldo Lobo, 1941)

Perto disso Amélia é bobagem!

Não deve ter sido fácil ser mulher nesse tempo... Mulher não tinha vez, não tinha voz. Não podia nada. É a velha história: dona de casa, mãe e só!
Mas mais curioso ainda é que na época, era realmente comum a pancadaria dentro do doce lar: Bater, para os homens, era um meio de mostrar respeito e, veja só, carinho pela mulher. Já para a que apanhava, levar umas era sinal de que o amor estava no ar...

Veja essa música gravada pela Carmem Miranda:

Vivo feliz, no meu canto/ sossegada/ Tenho amor, tenho carinho, oi/ Tenho tudo até pancada.
(André Filho, 1932)

Pois é...

Hoje existe a Lei Maria da Penha e inúmeras polítcas públicas de apoio a mulher. A revolução do sexo alcançou espaços antes inimagináveis e a mulher conquistou seu lugar ao Sol. No entanto, isso é muito recente e nem sempre as coisas foram assim - na verdade, nunca foram!

Achou estranho? Ficou curioso? Então saiba mais sobre as transformações que ocorreram na história da mulher na sociedade brasileira lendo o livro História sexual da MPB de Rodrigo Faour.

O livro é polêmico e vale muito a pena! Apresenta todo o processo de renovação e revolução da sexualidade no Brasil por meio da música. Desde os cancioneiros do século XIX até a funk carioca atual!

..:: Prato do Dia ::..

Bira me levou a uma mesa cheia de pessoas diferentes. Uns ligados ao cinema, outros às artes, músicos e tudo mais. Sentei-me à mesa e começamos a confabular. O senhor que me apresentara olhava tudo de longe, com seu copo de uísque, rindo com um rosto orgulhoso.

Os garçons passavam, deixavam aperitivos, taças de chopp, rodeavam as mesas e participavam das conversas.

Um garoto com menos de vinte anos, alto, com algumas espinhas no rosto e roupas esportivas comentava de um show que veria nessa semana.

Era o show da banda Capital Inicial, nascida em Brasília depois da separação da banda Aborto Elétrico, que fará um show no sábado (19) no Credicard Hall, situado na Avenida das Nações Unidas, número 17.955, no bairro da Vila Madalena. Segundo o jovem, o show marca o lançamento do novo cd “Das Kapital”, o primeiro após 3 anos sem lançar inéditas. Ele ainda afirmou que os ingressos vão de R$ 50,00 a R$ 140,00, mas conseguirá pagar metade dos preços apresentando sua carteira de estudante.

Nisso, um homem de terno, óculos fundo de garrafa e cabelos brancos levantou a mão para obter a palavra.

Em sua outra mão tinha um cartaz que dizia sobre um concerto de música clássica, que ocorre na Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, por preços que variam entre R$ 18,00 e R$ 61,00 . O concerto esta sob regência do dinamarquês Thomas Dausgaard, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de São Paulo, apresentando músicas de Mozart e Mahler.

Já a garota da mesa, moderna e com trajes alternativos, comentava sobre uma exposição da artista Luise Weiss, chamada “Passagens e memórias”.

A garota explica que a ideia da mulher é mostrar como a vida é breve, mostrando imagens, fotos, pinturas e gravuras sobre viajantes e imigrantes. A exposição está no Masp (Avenida Paulista, 1.578) no bairro da Bela Vista. A mostra esta aberta às terças, quartas, sextas e domingos, até o dia 18/06, com entrada por R$ 15,00 e funciona das 11h. às 17h.

O homem de roupa negra e cabelos longos interrompeu a garota e começou a falar sobre seu lugar preferido. Era um bar situado em Moema, na Alameda dos Maracatins, 1.317. Nesse lugar, segundo seu relato, tocam várias bandas que mostram as raízes do rock and roll. Com uma decoração sombria e ótima para os que curtem um heavy metal, o bar tem variedades em porções e comidas. A entrada é variável, mas costuma estar entre R$10,00 e R$20,00.

No último canto da mesa, o moço um pouco acima do peso com um ar intelectual começou a falar sobre cinema.

Uma de suas dicas é um dos filmes que está em cartaz em todos os cinemas de São Paulo. O filme é o remake do diretor Tim Burton para o clássico de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas. Com um forte elenco e um bom roteiro, o filme conta a história de uma jovem que foge de um casamento arranjado e cai na toca de um coelho, onde descobre um mundo mágico e completamente diferente do que está habituada.



Encantado, e um pouco perplexo por não ter o que acrescentar a essa conversa, levantei da mesa e fui ao encontro de Bira. Contei a ele tudo que tinha ouvido. O homem me olhou ao fundo dos olhos e riu, como se eu fosse apenas um garoto que acabou de descobrir o mundo.

Talvez ele esteja certo. Peguei minhas coisas, levantei-me e me dirigi à saída do bar. Olhei para o outdoor do bar e tive apenas uma certeza: Voltarei amanhã!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

..:: Café do Bira ::..

M
ais um dia de correria na grande São Paulo. Hora do almoço e procuro por algo diferente. Algo que fuja dos padrões da sociedade monótona em que vivo.


Olho para o final da rua e vejo um bar de esquina. Um lugar bonito, limpo, com cores rupestres e um ar boêmio. Um outdoor gigante com estrelas desenhadas ilumina a entrada do lugar. Aproximo-me o suficiente para ver o que as letras mofadas do cartaz escondiam.


“Café do Bira”

Esse é o nome do lugar. Curioso, como sempre fui, adentro ao local, procurando algo para me abster da rotina dura e entediante que vivo.

É um lugar bonito, com vários pôsteres de cinema, vinis espalhados pelo teto, alguns quadrinhos presos às portas e muitos trechos de Best Sellers da literatura escritos nas mesas, que estavam distribuídas aos montes pelo local.

Os clientes, então, nem pude definir.
Cada um com seu estilo próprio, preferências diferentes, tudo muito mesclado. E o mais estranho de tudo é ver como todos estão em harmonia.

Um lugar lindo! Havia encontrado o que tenho procurado por todos esses anos!

Enquanto estou ludibriado pela descoberta feita, um senhor de chapéu, óculos escuros, barba grisalha, muito bem vestido e de cabelos longos vem até mim, sorri e fala:

- Seja benvindo ao meu café! Espero que tenha gostado do nosso visual. É bem despojado, mas gosto disso nele. Nunca o vi por essas redondezas, meu jovem. Quer beber ou beliscar alguma coisa?

Fiquei pasmo pela simpatia do homem. Seria ele o “Bira”? Talvez, mas o que eu realmente queria, naquele momento, era me desligar do mundo em que vivo. Perguntei a ele o que teria de forte para beber. O homem riu e pegou de seu paletó Calvin Klein um recipiente onde continha um dos melhores uísques que já bebi em toda a minha vida.

Impressionado com a simpatia do homem, começamos a conversar como se fossemos velhos amigos. Finalmente, o senhor disse que era o tal Bira, e que era o dono do café. Começamos a conversar sobre o café e descobri coisas muito interessantes. Acho que encontrei o que me faltava.

Bira me contou sobre a programação de seu café, e fiquei muito interessado.

Bira: Meu jovem, tenho certeza que você gostará do nosso café! Como você pode ver, temos de tudo para comer, muito para beber, temos várias pessoas diferentes que conhecem sobre todos os assuntos. Aposto que você se divertirá muito vindo aqui todos os dias. Você pode ver nossa programação naquele mural!

Ele apontou para um mural, onde havia um papel escrito em letras pequenas a programação do Café do Bira.

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“Programação do Café do Bira”

Segunda - Tudo o que você precisa saber sobre as cidades de São Paulo e do ABC. Segunda é o dia dos intelectuais no Café do Bira, onde conversaremos sobre lugares onde poderemos encontrar cultura e diversão.

Terça – Esse é o dia dos sérios, cultos e boêmios literários. Teremos sábios no âmbito da literatura, desde o Brasil até os países europeus.

Quarta – Na quarta, temos o dia dos músicos. Temos roqueiros, sambistas, pagodeiros, regueiros, pops e todos os outros estilos.

Quinta – Na quinta, temos o mesclado de culturas. Conversaremos sobre todos os parâmetros sociais e culturais.

Sexta – Sexta é dia do melhor dos quadrinhos. Tudo sobre uma das artes que mais encanta pessoas hoje em dia.

Sábado – É dia de cinema! Teremos nossos especialistas falando sobre os melhores filmes da cena, muita pipoca e refrigerante.

Domingo – Não abrimos o bar aos domingos.

*Cada dia teremos uma promoção diferente de bebidas, isso vai de acordo com o especialista do dia.

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Li atentamente tudo e me interessei muito por todos os dias.

Hoje é segunda, então, é o dia da Agenda Cultural!

Bira, com quem posso falar sobre isso?
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