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sábado, 19 de junho de 2010

..:: Café Expresso::..


O Selvagem Da Motocicleta


Mickey Rourke em cena de "O Selvagem Da Motocicleta" (1983)

Um esplêndido exercício cinematográfico. Podemos falar isso sobre “O Selvagem Da Motocicleta” (Rumble Fish, 1983, EUA) dirigido por Francis Ford Coppola, baseado em um romance de S.E. Hilton. Com roteiro de Coppola e da própria escritora, conta a história de um jovem rebelde sem causa (Matt Dillon), que tem como diversão as brigas de rua e vive à sombra de seu irmão, lendário líder de gangues conhecido como “O Garoto Da Motocicleta” (Mickey Rourke).

Com uma fotografia maravilhosa em preto e branco de Stephen H. Burum, o filme é uma volta ao passado cinematográfico hollywoodiano, com um tema clássico, desde a década de 50: a rebeldia sem causa. O filme mostra um conflito que todo jovem sente entre o mito e a realidade, na medida em que o personagem de Matt Dillon quer ser cada vez mais como irmão, sendo que a verdade é algo totalmente diferente, pois o irmão agora é somente uma sombra do que foi no passado.

Mickey Rourke rouba o filme, com a fala baixa e o olhar para o nada, passa a sensação que estamos vendo o filme da sua forma de observar o mundo (o personagem é daltônico), como uma TV com o som baixo, com apenas duas cores, de maneira quase poética. Dennis Hopper como o pai alcoólatra, também deixa sua marca no filme, que nos remete aos velhos clássicos de Hopper (“Juventude Transviada”, ”Sem Destino”).

Coppola também conta com um elenco de jovens iniciantes, que no futuro deixariam a sua marca, como Nicolas Cage (seu sobrinho), Diane Lane, Chris Penn, Laurence Fishburne (após ter feito “Apocalypse Now” com Coppola), o veterano ator de filmes sobre motociclistas, Willian Smith, e o grande músico Tom Waits.

Outro grande destaque é a trilha sonora marcante de Stewart Copeland (na época, baterista do “The Police”).

“O Selvagem da Motocicleta” é um filme que marcou e ainda vai marcar a vida de muita gente. Um filme que mostra uma jornada sem rumo que muitas vezes, não leva a lugar algum.

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